É bem agradável um passeio na praia, simplesmente andar à
beirinha da água e embalarmo-nos no vaivém das ondas, sentir a areia debaixo
dos pés e aproveitar os raios de sol na pele. Adoro a praia em todas as
estações, mas confesso que durante o Verão apanham-me muito poucas vezes nestes
passeios contemplativos… principalmente neste mês de Agosto as praias estão
completamente lotadas e é impossível olhar contemplativamente para onde quer
que seja sem correr o risco de pisar alguém!
Hoje passeámos junto ao Forte de São Julião da Barra, ali
bem perto da concorrida praia de Carcavelos, um passeio rápido a seguir ao
almoço para tomar café – mas a falta de estacionamento fez com que ficássemos a
apreciar a paisagem dentro do carro. É pena que a fotografia que tirei com o
telemóvel não seja clara, mas ao fundo a praia de Carcavelos estava lotada de
guarda-sóis e imensas pessoas desfrutavam do pico do sol às duas e meia da
tarde dentro e fora da água!
Adoro apanhar sol mas até a mim, que suporto melhor o calor
do que o frio, este sol da hora de almoço até às quatro da tarde me parece
forte de mais. Mesmo quando era miúda, ninguém saía de casa neste período
porque era realmente impossível não derreter à sombra, quanto mais sob o sol
abrasador! Mas de resto, o dia era passado ao ar livre, de tal forma que quando
chegava o fim do Verão eu estava simplesmente tostada (com o bronze tórrido do
campo e não o dourado da praia, pois na minha infância não houve férias de
praia).
Naquela altura ninguém usava protector solar nem coisa
parecida e actualmente somos bombardeados com advertências e cautelas, para não
apanharmos sol em demasia e como devemos ter sempre a nossa pele protegida. Mas
esta, curiosamente, não é uma questão consensual! Doreen Virtue, no seu livro
«O Poder dos Anjos», salienta vários estudos que indicam que as “pessoas que
trabalham ao ar livre têm uma percentagem significativamente menor de sofrer de
cancro da pele do que as que estão sempre em espaços interiores (e que
ocasionalmente se expõem ao sol e apanham queimaduras solares)”. E há outros que indicam que as mulheres que
vivem em latitudes mais a norte têm mais probabilidades de desenvolver cancro
do ovário e cancro da mama do que as que vivem em locais solarengos mais a sul.
Diz a autora: “muitos estudos demonstram que os protectores
solares protegem apenas contra tipos não mortais de cancro da pele, mas não
apresentam uma protecção eficaz contra o melanoma, o cancro de pele mortal”. A
conclusão da autora é clara: a luz solar é boa para a saúde com moderação e não
é saudável em excesso, como tudo na vida. “As pessoas deviam definitivamente
evitar apanhar queimaduras solares, mas também deviam passar pelo menos uma
hora por dia ao ar fresco e expostos directamente ao sol.
Parece-me um bom conselho, uma boa solução de compromisso. A
autora fala ainda de um outro aspecto interessante: antes da invenção da
electricidade, as pessoas viviam em harmonia com o dia e a noite. Levantam-se
ao nascer do sol, se fossem mesmo espertos dormiam a sesta (durante o Verão,
claro) a seguir ao almoço e terminavam os seus afazeres por altura do por do
sol. Doreen Virtue realça os benefícios de assistir ao nascer e por do sol:
“Observar o por do sol não evoca apenas sentimentos agradáveis por causa das
suas bonitas cores. O por do sol banha-vos com as luzes coloridas que activam
os vossos chacras mais inferiores, o que vos ajuda a ligarem-se à terra (…) O
luar e a luz das estrelas activam os chacras da madrugada no campo áurico,
incluindo os chacras do terceiro olho e do laríngeo (…) A luz do nascer do sol
activa o chacra do cardíaco para despertar os níveis de energia e os sentidos
psíquicos para a intuição do período de vigília. A luz do sol durante o dia
mantém os vossos chacras mais elevados e os mais inferiores em comunicação e em
sincronia”.
Eis informação que não se encontra nos rótulos dos
protectores solares! Aliás, os protectores solares, e mesmo os óculos de sol,
impedem que o nosso organismo receba a vitamina D de que precisa, além de que a
luz do sol é um importante agente catalisador da produção da substância química
cerebral serotonina (envolvida nas transmissões eléctricas cerebrais
reguladoras do humor, do apetite e dos níveis de energia.
Eu vou continuar a apanhar as minhas doses diárias de luz do
sol, nesta altura longe das praias lotadas e principalmente fora das horas mais
intensas! E vou ganhando coragem para me decidir um dia destes a ir assistir a
um nascer do sol em algum sítio bem bonito! Fica a promessa!
Beijos solares, Sónia Martins